Ataque a condomínio alerta para segurança nos prédios

Morador percebeu movimentação de quadrilha, avisou a polícia e frustrou assalto a edifício na Capital

Cerca eletrificada, guarita com porteiro e oito câmeras não inibiram o ataque de um bando armado a um prédio de classe média no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Mas, graças a esse sistema de segurança, um dos moradores conseguiu chamar a Brigada Militar, frustando o assalto. O caso acendeu o alerta para a atuação de quadrilhas especializadas em roubar condomínios.

A invasão ocorreu durante a noite de sábado, em edifício na Avenida Luiz Manoel Gonzaga. Segundo testemunhas, um grupo com oito assaltantes – parte deles com os rostos encobertos – chegaram em uma camioneta escura e em um Picasso branco e invadiram o prédio. Em seguida, eles amarraram o porteiro e renderam um casal de visitantes que chegava ao local. Para se disfarçar, um dos assaltantes teria inclusive vestido o uniforme do porteiro.

Quando ouviu um barulho estranho, um morador ligou a TV no canal de monitoramento onde acompanha as imagens das câmeras de vigilância. Em seguida, ele se dirigiu para a sacada, quando viu um dos assaltantes.

– Ele estava próximo à portaria. Perguntei onde estava o porteiro, e ele apontou uma arma para mim. Disse para eu não me meter. Corri para dentro e chamei a polícia – conta.

Ao perceber que foram descobertos, os bandidos fugiram, levando os pertences dos visitantes. O alarme de incêndio tocou em seguida, despertando a atenção de outros moradores.

Os investigadores acreditam que a quadrilha seja a mesma investigada há cinco meses por agentes da 14ª Delegacia de Polícia Civil.

– Apuramos um grupo de oito elementos que tem o mesmo modo de agir – confirma a delegada Sílvia Coccaro de Souza.

Caso exemplifica importância dos dispositivos de prevenção

O caso do fim de semana evidenciou que, embora não evitem, as medidas de segurança dificultam as ações de ladrões. Os condomínios passaram a sofrer ataques porque concentram lares com dinheiro, joias e outros objetos de valor. A delegada relata que, quando fazem o ataque, os bandos já costumam ter um ou mais apartamentos como alvos pré-definidos. O exemplo é o assalto em um prédio na Rua Cristiano Fischer em 19 de maio.

– Eles já sabem direitinho quem vão atacar e o que tem na casa. Pegam um apartamento que sabem ter mais dinheiro. Chegam no início da manhã ou à tardinha – acrescenta a delegada.

Apesar de conseguirem evitar prejuízos maiores no assalto de sábado, os moradores do prédio estudam ampliar ainda mais a proteção.

– Acho que precisamos pagar segurança, se possível até armada – defende um funcionário público aposentado de 65 anos



Fonte: Zero Hora