Valor da cota

Preços de condomínios variam com os custos fixos e consumo

Muitas pessoas interessadas em alugar ou comprar imóveis acreditam que quando o apartamento está localizado em um local valorizado a taxa de condomínio é alta. Na verdade, um grande engano. Os principais fatores que determinam o cálculo do condomínio são as despesas fixas do prédio e o número de apartamentos que participam do rateio dos gastos. A taxa cobrada não deve subir quando há valorização do imóvel, apenas quando há aumento das tarifas que serão rateadas. Nilson Furtado administra dois condomínios na QNN 12, em Ceilândia. A taxa cobrada por mês dos moradores destes edifícios varia entre R$ 165 e R$ 200. O síndico explica que os gastos com a folha de pagamento dos funcionários da portaria, segurança, limpeza e zeladoria são os que mais pesam no orçamento do condomínio. “A folha de pagamento consome, em média, 51% dos custos fixos”, diz Nilson Furtado.

Em segundo lugar estão os gastos com consumo de água, que levam 12,4% do valor rateado. As despesas administrativas ficam em terceiro lugar com 8,91% do orçamento do condomínio. A manutenção do prédio, como contratos de conservação de elevadores, bombas e interfones, fica em quarto lugar, com 8,72%, seguida do consumo de energia elétrica, que levam 5,98% do valor arrecadado pelos moradores.“É importante a conscientização de todos os moradores em relação aos gastos com água”, diz o síndico. “Quanto menos consumirmos, menos gastaremos”, reforça Nilson Furtado, que também gerencia um portal com dicas para administração de imóveis. Após somadas todas as despesas, o principal fator que determina quanto cada morador vai pagar é o número de unidades que participam do rateio. Quanto maior o número de pagantes, menor o valor da taxa.

Muitos moradores de condomínios de luxo que oferecem várias opções de lazer se queixam dos valores cobrados para a taxa condominial. “Não acho justo arcar com despesas de serviços que não uso”, reclama a servidora pública Vera Brasil. Para a moradora do Sudoeste, os gastos com estas despesas são exagerados. “A taxa cobrada custa R$ 1.500 por unidade”, desabafa a moradora. Algumas características dos condomínios de luxo também podem influenciar nas despesas. A conta pode engordar se as áreas comuns forem grandes a ponto de criarem a necessidade de contratação de pessoal extra para administrá-las, como nos condomínios de luxo ou residenciais com serviços extras.

As principais variáveis que influenciam na formação são os gastos extras com espaços em comum. “Quem adquire ou aluga um imóvel de alto padrão deve estar disposto a arcar com o preço do luxo com a taxa condominial correspondente”, orienta Flávio Guimarães, síndico de um condomínio de alto padrão em Águas Claras. “ Nossa taxa é alta porque temos despesas maiores com a segurança particular e com a vasta área de lazer”, reforça o síndico. (Colaborou a estagiária Jane Rocha)