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Artigo - Economize energia antes que falte

Os condomínios vão ter mais uma preocupação: além de economizarem água, serão também obrigados a economizar energia elétrica. Não há nenhum mal nisso. Ao contrário, deveria ser regra. No entanto, há algo além. De repente, começamos a ver na mídia mais uma controvérsia: estamos ou não diante da ameaça de novo apagão?

O presidente Lula já disse que não quer saber de cortes de energia. Há os que defendem um técnico para enfrentar a questão no Ministério das Minas e Energia e há aqueles que, sempre agindo politicamente, defendem o cargo para seus aliados.

Condomínios que se preparem. Como em 2001, é hora de voltarem a pensar em adquirir geradores. Os adquiridos em 2001 estão em bom estado? Caso contrário, os síndicos terão de levar a pauta da economia de energia elétrica e compra de novos geradores para a assembléia extraordinária dos condomínios. No centro da controvérsia, é bom ser prudente.

E a economia de água? Está sendo feita dentro e fora dos condomínios? É bom lembrar que estamos falando de uma coisa só: se economizamos água, estamos também economizando energia. E vice-versa. O risco do apagão voltou à baila porque o regime de chuvas anda irregular. Mas não podemos apenas culpar São Pedro: a água atualmente é uma questão universal e sua falta está prevista já há algum tempo para as próximas décadas. Significa que o problema é para ontem e que não faz diferença chover muito ou pouco momentaneamente.

Não conseguimos por enquanto resolver sequer a controvérsia em torno dos hidrômetros de medição de água individual nos condomínios.

Água é alimento para bilhões. A sociedade humana tem poderes limitados e, claro, não pode resolver tudo de forma ideal. As forças da natureza têm mais poder.

Há entretanto muita coisa possível. A multa para os motoristas que insistem em falar ao telefone celular até agora não pegou. Paciência, podemos tentar a multa pelo uso indevido do esguicho. É patético ver empregados domésticos tão inocentes e desinformados como seus patrões usarem o esguicho na pressão máxima para limpar folhinhas que uma vassoura velha limparia.

Assim como foi feito nas embalagens de cigarro, o poder público pode tornar obrigatórias mensagens de advertência na propaganda de produtos perdulários como os vaporetos.

O aquecimento global está se mostrando mais rápido do que imaginávamos. Há quem defenda apenas as usinas hidrelétricas e condene as usinas térmicas. O Brasil - bem, não vamos dizer novamente que somos ricos em potencial para as hidrelétricas. Sorte nossa. Mas vale para a economia de água e energia elétrica o mesmo que para a segurança dos condomínios: a vigilância tem de ser total. Temos de vigiar os assaltantes, nosso banho e nosso esguicho. E vigiar São Pedro.

*Hubert Gebara é vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP