Arrastão frustrado em prédio

Sete homens, dois deles armados até com metralhadoras, desistiram no início da manhã de ontem de praticar arrastão no Edifício Manhattan localizado na Rua José Eloi Pupo, 86, na Praça Francisca Campos, conhecida como a "Praça Dos Enfartados", no Bairro nobre da Vila Oliveira. Segundo a Polícia, alguém, que seria um porteiro do prédio ao lado gritou: "pega ladrão", e afugentou o bando, mas há informações de que na entrada do Manhattan foi acionado o alarme. O porteiro Fabiano Alves de Souza, de 30 anos, e a mãe dele Margarida, de 63 anos, foram sequestrados na casa da família, na Rua São Tomé, 205, no Conjunto Santo Ângelo. O delegado Deodato Rodrigues Leite, titular do SIG/Garra, o escrivão Wilson Pereira, o investigador chefe Caio Campos ouviram à tarde a versão de mãe e filho, que podem ajudar nas buscas, visando identificar e prender os criminosos.

Por ordem do delegado seccional João Roque Américo o inquérito será presidido pelo delegado Rodrigues Leite, considerando que no Sig/Garra há policiais especializados com cursos sobre roubos a condomínios.

"Eu preciso trabalhar, seja o que Deus quiser", desabafou Fabiano depois de prestar declarações no Garra. Contou que sempre fez "bico" de segurança e há três meses conseguiu emprego na empresa Padrão e foi trabalhar no Manhattan.

"Eu acordei hoje (ontem) às 4h50 como sempre e ao sair de casa já fui abordado por um homem que tinha uma arma, mas estava sem capuz. Ele se passou por policial, falou que a minha casa caiu e que era traficante. Por isso, iria revistar tudo", disse o porteiro.

Já nas dependências da residência teria surgido um segundo bandido. "Ele escondia o rosto com uma meia-calça de mulher. Logo, gritaram que pretendiam fazer assalto no prédio onde eu trabalhava e tinha que colaborar porque iam levar a minha mãe como refém", completou.

Mãe e filho tiveram as mãos presas com fios de náilon e foram colocados num Fiat Fiorino. Pouco depois, ela permaneceu neste carro e Fabiano foi removido para um Ford Fusion, onde havia três bandidos armados, segundo ele, dois com metralhadoras.

A caminho do serviço afirmou que lhe deram um celular com fone de ouvido. O porteiro deveria não despertar suspeita e permitir acesso de um dos marginais na portaria. E assim que o Ford Fusion parasse em frente estava combinado abrir o portão.

Fabiano esclareceu que chegou no prédio já avisando os colegas e diz que só não abriu o portão porque na hora parou um Corolla e não o Fusion. "Afinal de contas, a minha mãe estava com o bando".

A quadrilha soltou Margarida na Rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos. Ela pediu ajuda a duas moças."Eles não fizeram ameaças e ficaram em silêncio o tempo todo". O porteiro Fabiano pretende seguir a vida, mas está intrigado com o fato de os marginais saberem detalhes. De acordo com ele, "o meu pai e meu irmão e esposa moram nos fundos e os bandidos só me pegaram e a minha mãe na frente".

O investigador Caio Campos ressaltou que "um dos assaltantes levou a câmera da portaria, mas obtivemos imagens de prédios vizinhos, que devem nos ajudar nas buscas".


Fonte: O Diário de Mogi