Em estado de alerta!

Terra cede na Ceilândia

Na Chácara Pantanal a terra se abriu para a água passar. Com o tempo, o barranco foi aumentando. No início não havia muitas casas no local, mas o carpinteiro Edevaldo Clementino, morador da região, acompanhou os problemas que vieram após a criação dos condomínios ao redor da área. “A instalação está mal feita e o povo começou a jogar coisa dentro. A água é forte e a estrutura não agüentou”, conta.

Toda a região já foi incluída no mapeamento feito permanentemente pela Defesa Civil. O relatório identifica locais em que a vida da população pode ser colocada em risco, em função de enchentes e desabamentos. Normalmente, as áreas irregulares são ocupadas por população de baixa renda e na época da chuva a situação se agrava.

“De maneira geral, quem mora em áreas irregulares pode sofrer problemas de alagamentos, colapsos estruturais e erosões”, alerta o gerente da Defesa Civil, major Vicente Tomaz.

De acordo com a Defesa Civil, na Ceilândia há outras áreas de risco além da Chácara Pantanal. A relação de terrenos afetados engloba os Condomínios Privê, Parque Sol Nascente, Pôr-do-Sol e Vila Madureira.

Ainda estão na lista as regiões: Varjão, Estrutural, São Sebastião, Vila Cauhy, Itapoã, Mestre Darmas, em Planaltina e a Fercal, em Sobradinho II.

Na Fercal o problema é tão grave que foi decretada situação de emergência. O trabalho da Defesa Civil não pára: 40 famílias que viviam perto das margens do Riacho Engenho Velho foram retiradas. Ao todo, 104 já concordaram em ser levadas para uma área em Samambaia, lugar em que os lotes são regularizados.

“As famílias que, por algum motivo que nós não entendemos, não podem ir para a Samambaia ficarão alojadas provisoriamente na região da Fercal. A instalação não será definitiva porque o local é irregular. Então, as famílias terão que ficar em situação provisória, mas fora da área de risco”, explica o secretário interino da Seduma, Luís Antônio Reis.