Vicente Pires

Moradores de Vicente Pires decidem planejamento urbano

Os mapas feitos a partir de fotos do espaço aéreo mostram a divisão dos lotes e até a área construída em Vicente Pires. Prevê a abertura de ruas e delimita áreas para escolas, postos de saúde e de policia. A proposta feita por uma empresa contratada pelo GDF será discutida com os moradores, que podem sugerir mudanças no plano urbanístico. Para isso, Vicente Pires foi dividida em nove regiões. 

Só depois do projeto urbanístico pronto, o governo definirá sobre a remoção dos moradores que estão em áreas de preservação permanente. O Ibama ainda está fazendo um levantamento desses lotes, mas a estimativa é de que 500 famílias tenham que deixar as casas. Não haverá derrubadas até que o GDF encontre novas áreas para a transferência desses moradores..

“Essas áreas residenciais que estão em região de preservação permanente serão realocadas, mas quando tivermos uma outra área que terá equipamentos, definições de lotes e outras coisas”, explica o secretário adjunto de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Danilo Aucélio.

Por outro lado, chacareiros que mantiveram as propriedades com característica de área rural se dizem prejudicados com o projeto de urbanização. “O projeto prevê para as chácaras inteiras, produtivas e não parceladas, com contrato na mão, escolas, Corpo de Bombeiros, posto de saúde, delegacias. Enquanto isso, chácaras que foram parceladas, em que se botou dinheiro no bolso, existem áreas suficientes, superior às das chácaras inteiras, não foram mexidas”, diz o presidente da Associação de Chacareiros, Sebastião Machado.

O produtor Benedito Casimiro da Silva diz que uma rua deve passar dentro da chácara dele, tomando 40% do terreno. “Vai trazer um prejuízo ambiental, porque têm árvores plantadas no local, existem plantações de mexerica, de manga, de pequi, de laranja, de abacate. Então, será um prejuízo imenso”, afirma. 

“Aquele que quiser continuar com a sua chácara, produzindo, receberá tratamento de produtor rural. A terra dele não pode ter coeficiente de construção alto, tem que fazer plano de manejo, tudo aquilo que os produtores rurais têm de fazer”, explica o gerente Regularização de Condomínios, Paulo Serejo.

A gerente de Patrimônio da União, Lúcia Carvalho (foto) diz que até o fim deste mês deve ser resolvida na Justiça a pendência sobre a posse da terra, para que a União comece a venda dos terrenos.

“Queremos concluir 2008 fazendo a venda das áreas de Vicente Pires, com a entrega formal para os seus moradores”, enfatiza Lúcia Carvalho.

A proposta do governo é fazer a licitação por venda direta, com preferência de compra para os moradores. O GDF montou um escritório na sede da Associação Comunitária de Vicente Pires, para receber propostas.