Um improviso que dura 11 anos A Escola Classe 63 do Condomínio Privê, em Ceilândia, deveria ficar erguida por apenas três anos. Mas, estudantes e professores convivem com falta de espaço, de segurança, calor, mau cheiro.

A escola era para ser provisória. Foi construída para funcionar por três anos. O improviso já completou 11. No colégio, além da matéria, os alunos têm que aprender a lidar com a falta de estrutura. Nos banheiros, o mau cheiro toma conta e a descarga não funciona. O fundo de algumas salas se transformou em depósito. Muitos alunos reclamam do calor.

“A escola é de madeira e é muito quente”, fala uma aluna. “A lâmpada está quebrada, o espaço é pequeno e a sala é muito quente”, reclama Antônio de Souza, de 8 anos.

“Como os banheiros são de madeira, parece que o cheiro, o fedor já impregnou. Então, por mais que limpe não fica limpo. Em setembro ninguém consegue dentro das salas, por que é muito quente. Quando chove a gente não sabe se tampa o buraco da janela ou se segura a porta pra água não entrar”, relata a professora Ana Paula.

As aulas de educação física são dadas em uma quadra do lado de fora da escola. Outra opção é o basquete. Difícil é treinar na cesta pendurada numa das poucas cercas que ainda não foi destruída por ladrões.

“Já foi roubado videocassete, televisão, caixas de som, computadores, antenas parabólicas, muita coisa já foi roubada”, diz a porteira Olga Maria de Carvalho.

A falta de espaço é outro problema. A escola tem 250 alunos por turno. Na hora do recreio, as crianças têm que se espremer nesse espaço de 200 metros quadrados.

“Além da falta de segurança e da escola ser de madeira, outro problema é a superlotação das salas, o que dificulta muito o nosso trabalho na questão pedagógica”, afirma o diretor da escola Joel Teles.

O terreno para a nova escola fica a poucos metros da atual. A promessa do governo é construir um prédio de dois andares com 20 salas.

“Até o final de 2009, todas as escolas já estarão substituídas. O recurso já foi programado para isso e os projetos de licitação já estão acontecendo”, assegura a secretária adjunta de Educação, Eunice Ferreira.

André Carravilla / Luiz Gonzaga Pinto