Especialistas indicam diversificação de investimento em imóveis

O lançamento de empreendimentos de uso misto -que reúnem apartamentos e escritórios e podem ter lojas, serviços e estacionamento nos andares mais baixos- tem aumentado em São Paulo. O mercado recebeu três empreendimentos em 2009, seis em 2010 e quatro em 2011. Outros três estão com previsão de lançamento para os próximos meses.

Para o consultor Fabiano Calil, os imóveis em condomínios de uso misto despontam como opção de diversificação para os investidores.

É preciso, no entanto, que se tomem alguns cuidados. O primeiro é verificar o histórico da incorporadora e da administradora. Também é necessária uma avaliação do objetivo: se é lucrar na venda pós-lançamento ou se é ganho de capital em aluguel.

No caso de aluguel, é preciso dividir o valor mensal pago pelo inquilino ao longo dos anos pelo investimento inicial com a compra e as melhorias, assim terá o percentual de rendimento do imóvel.

"O investidor deve, ainda, verificar os preços praticados na vizinhança. Por vezes, é mais interessante investir na poupança ou no tesouro direto, que apresentam menos risco e podem dar o mesmo ganho ou até mais", comenta o economista Luiz Calado.

Ele também comenta que, para quem não é investidor experiente no mercado imobiliário, o residencial pode ser mais interessante que o comercial. No segundo caso, é preciso de conhecimento mais profundo sobre o mercado corporativo.

Outro ponto a ser levado em conta é a conjuntura do mercado imobiliário. "Estamos em um momento de alta e não se sabe o que vai acontecer daqui dois ou três anos", alerta Calil.

Vale a máxima de não colocar todos os ovos numa única cesta -se o investidor tem um valor para aplicar que só permita comprar um imóvel, talvez seja mais interessante dividir o valor em diversos tipos de aplicações.

EMOÇÕES
Roberto Coelho da Fonseca, da imobiliária Coelho da Fonseca, diz que a oferta de imóveis junto a serviços valoriza o imóvel em 20% a 30%. Como exemplo, cita as unidades do Parque Cidade Jardim. "Custavam 30% acima do que o mercado praticava e foram todos vendidos", assinala.

Grande parte dos compradores desses imóveis são investidores. Segundo as corretoras, eles correspondem 70% dos clientes. Ligia Zaborowiski, 48, é um deles. Ela adquiriu um apartamento no Horizonte JK, na avenida Brigadeiro Faria Lima (Itaim Bibi, zona oeste).

Ela pagou mais pelo metro quadrado (R$ 14 mil) do que a média da região (R$ 11 mil). Mesmo assim, espera que o empreendimento possa suprir a necessidade de acomodação de executivos. "Tenho clientes que não encontram hotéis ou flats legais."