Moradores apreensivos

 
A decisão do governo de cancelar todos os projetos aprovados para enviá-los ao Conplan e ao Conam desagradou moradores de condomínios e lideranças comunitárias. Eles temem que a reabertura dos processos atrase muito o andamento da regularização. Para representantes de moradores de parcelamentos, o Grupar deveria ser a instância final para aprovação.

O projeto urbanístico do condomínio Jardim Botânico V, localizado em terras particulares, foi aprovado em outubro do ano passado. Depois da publicação do documento no Diário Oficial, a comunidade começou a buscar a emissão das escrituras dos lotes. Mas o processo não avançou por conta das exigências dos cartórios. Agora, o anúncio de que os processos terão que ser reavaliados pegou os condôminos de surpresa. “Isso é um desrespeito muito grande. Há mais de 10 anos, lutamos pela regularização e seguimos à risca todo o trâmite determinado pelo governo”, explica o síndico do Jardim Botânico V, Weberton de Souza. “Vamos voltar à estaca zero, o que é uma péssima notícia para todos”, reclama. Entre os 89 loteamentos que terão os processos reabertos, estão os 46 da antiga Fazenda Paranoazinho, no Grande Colorado, que haviam sido aprovados ano passado.

Revolta
A presidente da União dos Condomínios Horizontais do DF, Júnia Bittencourt, diz que a comunidade dos parcelamentos ficou revoltada com a decisão. Ela critica a obrigatoriedade de submeter todos os casos aos conselhos. “Imagina quanto tempo vai levar para que o Conplan analise tudo isso? Vai ser preciso reabrir todos os processos já aprovados, além de começar a checar a documentação de mais de 400 condomínios”, lamenta. “Isso coloca em xeque a própria existência do Grupar, que deveria ser um órgão terminativo”, acrescenta a presidente da entidade, que é também uma das 27 integrantes do Conplan, representando a sociedade civil. (HM)