Conselho de Arquitetura e Urbanismo lança guia para orientar síndicos sobre reformas

Prevenir é melhor do que remediar. Seguindo este conhecido ditado, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF) lançou um guia dedicado a alertar síndicos e administradores de condomínios sobre riscos de obras e reformas mal-feitas e sem a orientação de um profissional apto.

De acordo com o presidente do Conselho, Alberto de Faria, a iniciativa surgiu por causa da grande expansão habitacional que o Distrito Federal vem sofrendo nos últimos anos com Águas Claras, Samambaia e o Noroeste, por exemplo. “A demanda de obras aumentou muito e, com isso, a necessidade de se garantir a segurança estrutural das edificações também”, explica. “Criamos o guia, portanto, para trabalhar a questão educativa”.

A distribuição do guia será feita via e-mail para síndicos e responsáveis por condomínios registrados no Conselho. Porém, ele também já está disponível para download gratuito no site da instituição:http://www.caudf.gov.br/

Para o presidente do Sindicato dos Condomínios Residenciais e Comerciais do Distrito Federal (Sindicondomínio - DF), José Pimentel, o guia vem em boa hora e irá ajudar na conscientização das pessoas. “Toda obra precisa de um engenheiro responsável, pois somente este profissional poderá descrever tecnicamente os caminhos que precisam ser seguidos para que problemas sejam solucionados sem colocar ninguém em risco”, afirma.

Atualmente, o CAU - DF estima que de 30% a 40% das mudanças em imóveis no DF, tanto residenciais quanto comerciais, são realizadas sem registro e sem a supervisão de um profissional de arquitetura ou engenharia. Quando retiradas lages, vigas e pilares inadequadamente, há o risco de danos estruturais aos prédios podendo ocasionar interdições, desocupações e até desabamentos. 

Um caso recente e emblemático que retrata o perigo desse tipo de obra é o ocorrido em janeiro deste ano no Rio de Janeiro, em que o edifício Liberdade, localizado na avenida Treze de Maio, ao lado do Theatro Municipal, desabou após a retirada de partes estruturais durante uma reforma. O incidente matou 17 pessoas e outras cinco nunca foram encontradas. Além disso, outros dois prédios vizinhos desmoronaram impactados pelos destroços. 

Há casos de prédios correndo riscos assim também em Brasília. “A situação mais grave é a de sobrepeso em marquises da W3 sul causada por excesso de objetos guardados nelas”, comenta Faria, presidente do Conselho. Desta maneira, uma atenção especial quanto à distribuição do guia será dada nesses locais.

Em casos de acidentes em áreas comuns, o condomínio é responsabilizado. Já em espaços privados, como apartamentos, o condomínio é autuado juntamente com o morador. Por isso, independentemente de onde for a obra, é preciso sempre informar o condomínio sobre a ação.

Prédios da Asa Norte
No início de novembro, a Defesa Civil informou que alguns blocos na 403 e 405 Norte estão com graves problemas estruturais, causados por reformas sem o acompanhamento necessário. As obras comprometeram a armação dos prédios. No bloco considerado mais crítico, metades dos 24 apartamentos tiveram a planta modificada.

Outros 60 prédios da Asa Norte também serão vistoriados. A inspeção também vai passar pela Asa Sul.