Desempenho do setor imobiliário no ano passado foi abaixo do esperado

Como consequência do que classificou como uma "tempestade perfeita", ou seja, um conjunto de fatores negativos que se abateram concomitantemente sobre a economia, o desempenho do setor imobiliário no ano passado foi abaixo do que o esperado. Os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para o financiamento imobiliário alcançaram R$ 82,8 bilhões em 2012, uma alta de 3,6 % em relação ao ano anterior, mas ainda assim abaixo da meta revisada pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) informou agora a pouco o presidente da entidade, Octavio de Lazari Júnior.O valor considera apenas recursos da caderneta de poupança e exclui o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em termos de unidades financiadas a queda foi de 8%, com a quantidade de imóveis baixando de 493 mil unidades em 2011 para 453 mil unidades em 2012.

A Abecip iniciou 2012 com projeção de que o financiamento para compra e construção de imóveis somaria R$ 103,9 bilhões no ano. Em julho passado, a estimativa foi reduzida para R$ 95,9 bilhões. Em dezembro, o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Júnior, admitiu que os recursos deveriam atingir cerca de R$ 85 bilhões de reais no fechamento do ano. Para 2013, no entanto, Lazari disse que o setor já arrumou a casa e como o financiamento imobiliário continua sendo uma prioridade para os bancos, a Abecip espera um crescimento de 15% no volume de recursos a serem concedidos que, dessa forma, chegará a R$ 95,2 bilhões.

A prioridade para os financiamentos habitacionais advém do fato de que, no segmento, a inadimplência é a mais baixa do mercado, de somente 1,8%, enquanto que a taxa para o atraso superior a 90 dias chega a 12,1% no cheque especial, 6,2% no crédito pessoal e 5,6% no crédito destinado à aquisição de veículos. Além disso, a caderneta de poupança, lastro importante de recursos para o sistema, obteve no ano passado crescimento expressivo. A captação líquida quadruplicou, passando de R$ 9,4 bilhões em 2011 para R$ 37,3 bilhões no ano passado. Tudo isso leva a Abecip a crer que o crédito imobiliário será, em pouco tempo, a coqueluche do mercado. Entre os financiamentos para as pessoas físicas, ele já ocupa a segunda posição, com R$ 269,58 bilhões, atrás apenas do crédito pessoal, com estoque de R$ 280,71 bilhões.