Secretaria confirma permanência do gabinete de crise no Noroeste

Desde 10 de novembro, o Setor Noroeste ganhou mais uma garantia para a continuidade das obras dos novos edifícios. A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) instalou um gabinete de crise na região, a fim de diminuir a tensão que começou com a remoção de indígenas que reivindicam o direito de posse das terras. Com a medida, a intenção de retomar as obras iniciadas no local foi bem-sucedida, pois as construtoras já detinham liminares para seguir com a limpeza da área e construção de prédios. A estratégia da Secretaria também pretende dar suporte e intermediar futuros conflitos entre construtoras e estudantes que defendem a preservação do local e repudiam a criação do novo bairro.

O gabinete foi criado por meio de resolução da cúpula de Segurança Pública. O grupo é composto por representantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Federal, além de integrantes da própria secretaria, entre eles o coronel Josiel Freitas, subsecretário da SSP-DF.

De acordo com o assessor da subsecretaria, coronel Guedes, o órgão recorre a esse tipo de medida quando a situação foge do controle. Apesar de os representantes só terem permanecido no local no dia em que o gabinete foi criado, uma estrutura física destinada à segurança é mantida no setor, caso ocorra qualquer emergência. “Foi montado um posto de comando no local para a Polícia Militar. Se houver qualquer ocorrência, eles entram em contato com a SSP e pedem reforços”.

Entenda o caso
Desde o dia 5 de outubro, a implementação do Setor Noroeste tem sido alvo de disputas judiciais e até físicas entre manifestantes contrários às obras – entre eles famílias indígenas e estudantes – e a polícia, constantemente acionada para retomar a ordem no local.

No dia 18 de outubro, em reunião com representantes da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário, da Terracap, da Funai e de comunidades indígenas, foi selado acordo pacífico no qual a Terracap se comprometeu a fazer a transferência dos índios para uma área próxima ao Parque Nacional de Brasília e ao Noroeste.

Os conflitos, contudo, continuaram e as obras só foram retomadas definitivamente no último dia 10, quando cerca de 400 policiais militares fizeram a segurança no setor.