Indústria de construção deve crescer cerca de 5% no próximo ano

Mesmo não tendo qualquer sinal de que a crise financeira internacional vai amainar, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) prevê, para 2012, uma aceleração do nível de atividade do setor. Segundo o presidente da entidade, Paulo Safady Simão, o segmento deve crescer 5,2% no próximo ano, bem acima dos 3,2% de expansão esperada pelo governo para o Produto Interno Bruto (PIB). Neste ano, a construção civil deve ter alta de 4,8%.

Segundo a CBIC, a previsão tem como fundamento a continuidade da demanda por imóveis pela classe média, o desenvolvimento da segunda etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, além das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e dos investimentos necessários para que o Brasil tenha condições de sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. “Somos avessos à crise. Vai ter crise, mas o setor pode ser uma saída para minimizar os impactos dela no país. Não podemos deixar o setor desanimar”, afirmou Safady.

Segundo ele, recursos não faltam e, muito menos, clientes. Safady disse também que o setor dispõe hoje de um marco regulatório adequado. O ponto fraco é justamente o governo, que tem que fazer a sua parte. “O ritmo do PAC em 2011 não foi adequado. Ficou aquém das expectativas. Mas a presidente Dilma Rousseff está cobrando publicamente um melhor desempenho e acho que, para o ano que vem, a questão estará resolvida”, disse.

O presidente da CBIC reconheceu que os preços dos imóveis estão altos. “O setor não ficou imune ao aumento da renda e da demanda. Eu diria, no entanto, que os preços já atingiram um certo limite. Não vão cair, mas também não vão subir mais”, observou. Safady também declarou apoio à distribuição de parte do lucro líquido do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos trabalhadores como forma de aumentar a rentabilidade. Mas disse ser contra o aumento do rendimento garantido em lei, que corresponde à Taxa Referencial de Juros (TR) mais 3% ao ano. “O FGTS é um funding importante de recursos para a habitação. Quando se fala em remuneração temos que olhar a outra ponta, a dos financiamentos imobiliários com recursos do fundo, que custam menos para o trabalhador de baixa renda”, disse.