Relatório da Unesco aponta irregularidades no Plano Piloto

Três meses depois da visita de especialistas a Brasília para avaliar o estado de conservação do patrimônio mundial, a Unesco divulgou o relatório sobre a missão. Os arquitetos Luís Calvo e Carlos Sambrício passaram quatro dias na capital federal em março e identificaram uma série de problemas que colocam em risco a área tombada da cidade. Os técnicos da Unesco criticaram a falta de interação entre o GDF e o Iphan, alertaram para a importância de impedir construções de empreendimentos irregulares na beira do Lago Paranoá e denunciaram o estado de degradação da avenida W3.

Um dos pontos que mais chamou a atenção dos especialistas da Unesco foi o abandono das entrequadras comerciais da Asa Sul, com o uso indiscriminado de áreas públicas. "Um controle mais rígido é indispensável para impedir a perda de outros espaços verdes e a construção irregular de estruturas desordenadas e precárias", diz um trecho do relatório.

Os arquitetos enviados a Brasília pela Unesco também falaram sobre a necessidade de preservação da Vila Planalto e a obrigatoriedade de o GDF ouvir mais a comunidade na elaboração do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB). O relatório será debatido durante a reunião anual do Centro Mundial do Patrimônio, que este ano será em São Petesburgo, na Rússia, no fim deste mês. Mas especialistas avaliam que não existe riscos de Brasília perder o título de patrimônio mundial da humanidade.